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sábado, 29 de junho de 2019

Encontro com o Pesador

Quando eu era criança e ainda morava na casa dos meus avós no interior de Sergipe, dormia numa rede, e obviamente por ser uma rede, dormia de barriga para cima. 
Uma certa noite, acordei com um peso sobre o meu peito, sentia-me sem ar e quase sufocando, com os olhos semicerrados percebi a presença de um homem vestido de roupas brancas e chapéu também branco em pé ao lado da rede e com a mão sobre o meu peito, entre o coração e o plexo solar (popularmente boca do estômago).

Como era criança não senti medo, ao contrário, devagarinho fui movimentando a mão, me esticando para tentar alcançar o seu chapéu enorme, quando ele sumiu. Há uma lenda no interior que diz que esse ser é o “Pesador” e quem conseguir tocar no seu chapéu fica milionário.

Mas não consegui essa tal façanha, continuo trabalhando pelo sustento até hoje.

Assim aconteceu comigo no meu mundo bem real. Você acredita? Tem algo parecido para contar? Deixe o seu relato nos comentários ou envie para nós publicarmos.

Simone Anjos

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Um Lobisomem em Mato Grosso do Sul

O extraordinário e o mistério sempre fizeram parte da imaginação das pessoas, mas às vezes é melhor mesmo acreditar que é somente imaginação e não se aprofundar no mundo fantástico. 

Não faz muito tempo, algumas pessoas no Município de Iguatemi no estado de Mato Grosso do Sul afirmaram ter visto um Lobisomem, alguns até disseram que o Lobisomem tentou atacá-las. 

Uma senhora moradora do Município afirma ter visto “um vulto, preto, da altura da porta do carro, mais ou menos, e era um bicho assim, todo peludo, bem corcunda”. 

Segundo alguns moradores o “bicho” foi perseguido pela população: “Um bicho bem feio. Demorou um pouquinho e o pessoal se reuniu com foice, facão, pedaço de pau e desceram atrás do lobisomem. 
Estavam todos doidos para pegar o lobisomem”. Até a polícia foi acionada para “caçar” o lobisomem. 

Por volta de 30 moradores do bairro onde o bicho foi avistado afirmam ter visto o lobisomem em outras ocasiões, se reuniram e foram em busca do bicho com paus e foices nas mãos.

Muita gente acredita que Lobisomem não passa de lenda ou resultado da imaginação fértil das pessoas. Outras vão dizer que é algum animal na região, mas nunca admitir que é um “ser sobrenatural”, apesar que nos dias atuais eles estão indo para os poucos lugares remotos e escuros que ainda podem se esconder, raríssimas vezes eles ainda são vistos por aí. 

Você não acredita? Então confira no artigo Será que foi um Lobisomem?

Volte aqui, deixe o seu comentário ou conte a sua história, imaginária ou real.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Dia do Saci Pererê

No dia 31 de outubro comemora-se o dia do Saci Pererê, eu nem sabia que o Saci tinha um dia especial para ele, mas isso é interessante para manter vivo, no imaginário infantil, o folclore brasileiro que vem perdendo espaço para os modismos estrangeiros, a exemplo do Halloween (dia das bruxas) celebrado também nesta data. 

O Saci Pererê, conhecido como o "neguinho" de uma perna só, pitando sempre o seu cachimbo, usando um gorro vermelho que lhe concede encantamento (poderes mágicos). É considerado por alguns uma figura malévola, por outros é visto como um ser brincalhão que costuma pregar peças como fazer tranças nos cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias; atrapalha o trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas, ou ainda, colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou aos viajantes se perderem nas estradas. Os estudiosos em folclore brasileiro acreditam que a sua origem é indígena, nasceu no Sul e Sudeste do País, durante o período colonial.O Mito do Saci está relacionado às matas, às plantas medicinais, ele é a divindade guardiã da sabedoria dos chás, dos preparos das beberagens e medicamentos oriundos na natureza. Para adentrar nas matas ou colher plantas para finalidade de cura se faz necessário pedir licença ao Saci, pois ele com seu encantamento pode confundir as pessoas não merecedoras e que não respeitam a natureza. 

O meu primeiro contato com o Saci foi na infância através dos livros de Monteiro Lobato e depois no programa Sítio do Pica-Pau Amarelo, sempre tive uma simpatia por esse personagem por suas peraltices, eu, meu irmão e amigos íamos para a mata tentar capturar o Saci, para isso, colocávamos uma peneira em um local que ventilasse bastante e ficamos esperando passar um vento forte para derrubar a peneira e prender o Saci, a nossa imaginação era fértil, infelizmente não conseguimos bater um papo com ele no nosso mundo real.

O importante é manter a nossa cultura popular viva e para isso tivemos escritores que contribuíram com esse legado, a exemplo do Monteiro Lobato, atualmente Maurício de Souza com personagem Chico Bento que é um matuto da roça nas histórias da turma da Mônica. Ziraldo consagrou o Saci com a criação da turma do Pererê. 
Valorize a Cultura Nacional!

Referências: Wikipédia, Infoescola

terça-feira, 10 de junho de 2014

Perseguido por Fogo Corredor ou por Ovni?


Amigos, a história que conto aqui é real por mais fantástica que pareça, aconteceu. Meu irmão desde criança tinha fama de brigão, valentão e continuou com essa fama até a adolescência, enfrentava a escuridão em estradas  numa cidade do interior  com  raros pontos com luz elétrica. Refiro-me a escuridão porque no povoado onde morávamos havia muitas estórias de assombração, causos estranhos e inusitados e falta de luz elétrica fazia tudo ficar pior.

Como no interior, antigamente, tudo era difícil, nós saíamos do povoado para estudar na cidade, o transporte da prefeitura pegava os estudantes as 18 horas e por volta das 23 horas deixava-os no povoado, cada um ia andando quilômetros e quilômetros na escuridão para chegar em suas casas. Bem, o meu irmão não queria ficar preso a esses horários porque, na época, estava uma namorando e queria ficar as noites de sextas-feiras até mais tarde com a garota na cidade, então ele ia de bicicleta e voltava altas horas pedalando sete quilômetros por uma estrada de barro e escuridão total. Lembro perfeitamente que numa noite de sexta-feira, eu já estava em casa deitada quando eu ouço o meu irmão batendo na porta e me chamando com uma voz desesperada. Pensei logo que algo grave havia acontecido com algum familiar, ao abrir a porta me deparo com um cabra pálido que se tremia mais que vara verde. As calças molhadas e ele estava gelado e se jogou na poltrona sem conseguir falar, eu pedia para ele se acalmar, dei-lhe água e depois de algum tempo ele conseguiu me explicar o que havia acontecido.

Meu irmão sempre foi valente como já mencionei, mas no que se refere ao sobrenatural acabou com o homem, essa parte sempre sobrou para mim (conto outros casos depois), então naquela noite, no ano de 1982, ele voltou mais tarde do que o costume,  pedalou de Carmópolis para o povoado Aguada, a estrada ficava entre fazendas de criação de gado, sem casas por perto, só pastos. Na altura de Igreja de Santana, ele disse que do nada apareceu uma bola de fogo acompanhando ele do lado da cerca, não preciso nem lhes dizer do pavor que ele sentiu pois já ouvira falar sobre o fogo corredor, mas se não bastasse um, apareceu outro e o acompanhou por um bom tempo. Ele já nem tinha forças para mover os pedais da bicicleta quando as duas esferas luminosas dispararam em velocidade e se fundiram sumindo na noite. Imaginem o horror de uma adolescente criado no mato com tantas lendas em volta de almas, lobisomens, vampiros e luzes que queimam. Mas a história não para por aí não, ele contou que naquela  altura do campeonato ele já havia decido da bicicleta pois não tinha forças e as pernas não mais o obedeciam, ele ia empurrando a bicicleta quando vê duas luzes, nesta vez na estrada indo na direção dele, foi nessa hora que ele se urinou e tentou lembrar de todas as rezas que a nossa avó nos ensinou, ele correu para perto da cerca pensando em pular os arames farpados e correr para o pasto, mas com a proximidade das luzes ele ficou paralisado de medo e as luzes ficavam cada vez mais e mais perto quando ele ouviu um buzinaço e percebeu que era apenas um carro passando na estrada. Essa é a parte engraçada da história para quem não estava lá no momento, é claro.

Por trás da Lenda:

Alguns considerem folclore, mas se é folclore ou não é um fenômeno que se manifesta nos diferentes continentes nas mais diversas culturas, como podemos vê em alguns exemplos: "Hinkypunk: ocorre no folclore do sudoeste da Inglaterra. Um hinkypunk é um espírito malévolo que se diverte em atrapalhar e até causar a morte de viajantes que passam por terras remotas pela noite. Sua ação ocorre da seguinte forma: ao avistar um andarilho, o Hinkypunk acende sua tocha. O viajante, cansado, fica feliz em ver a tocha acesa e corre em direção à luz. Hitodama: do folclore japonês. Quando alguém morre, sua alma sai do corpo com uma forma imaterial e globular, uma esfera brilhante que se chama hitodama. Segundo essas lendas, a pessoa pode tomá-la para si antes que vá para o outro mundo. Há muitas narrativas no interior do Brasil como O Boitatá: Uma gigantesca cobra de fogo do folclore brasileiro, avistadas em brejos, onde espanta e come pescadores incautos que prejudicam a vida dos peixes e de sua lagoa ou protegendo rios." Em Sergipe é conhecido como Fogo Corredor, diz a lenda que o compadre e a comadre que tiverem relações sexuais ao morrerem se transformam em bolas de fogo ou Fogo Corredor e suas almas vivem vagando consumidas pelo pecado.

A explicação racional para o "Fogo-fátuo (ignis fatuus em latim) é que se trata de uma luz azulada que pode ser avistada em pântanos, brejos etc.Os fogos-fátuos são produtos da combustão do metano, gerado pela decomposição de substâncias orgânicas, ou a fosforescência natural dos sais de cálcio presentes nos ossos enterrados".(Wikipédia)

Por trás das lendas, há sempre um fundo de verdade, pois esses tipos de bolas de fogo são avistadas em lugares onde há minérios, não podendo apenas ser um fenômeno de combustão como afirmam as mentes céticas, uma vez que essas luzes se manifestam de forma inteligente; seguem pessoas e muitas vezes as queimam. Nas ocasiões em que são vistas duas esferas, elas podem  se unir,  outras vezes seguem em direções opostas, não podendo somente ser uma inflamação espontânea do gás dos pântanos (metano), resultante da decomposição de seres vivos porque  ocorrem em ambientes distantes de pântanos ou charcos, como aconteceu no caso do meu irmão.

Minérios x Ufologia

A cidade de Carmópolis fica localizada no Estado de Sergipe se destaca pela produção de petróleo e o seu campo petrolífero é classificado como um dos mais importantes do país, em 2014 o campo de Carmópolis completará 51 anos  com quase dois mil  poços perfurados e mais de 1,5 mil poços que produzem diariamente algo em torno de mil barris de petróleo. Essa informação é importante para que todos entendam a seriedade dessa história, é uma história verdadeira dentre tantas que ocorreram e ocorrem, porém não há interesse em divulgar. Quem estuda ufologia sabe que na casuística brasileira há muitos relatos de sondas, bolas de fogo avistadas onde há exploração de minérios. Parece que há um certo interesse por parte de extraterrestres por áreas ricas em minérios radioativos, pedras preciosas, gás e onde há usinas. Há também relatos de pessoas que viram OVNIS (sondas) colhendo vegetação, explorando a fauna e a  flora em determinadas regiões do planeta e ainda pior os relatos de pessoas abduzidas que afirmam categoricamente que lhes foram retirados material genético. Pelos relatos passados de geração em geração em várias partes do globo e confundidos como folclore ou fantasia, verifica-se a presença de bolas de fogo, fogo corredor, na verdade ovnis colhendo materiais, conhecendo e explorando as riquezas do planeta terra. 

Você não acredita? Fique de olhos abertos porque isto é real! 
Simone Anjos

Relatos semelhantes no Site: UFOVIA CASUÍSTICA


domingo, 23 de março de 2014

Pé Grande existe?

Hoje eu estava assistindo no Canal History, Contato Extraterreste e abordou a lenda do Pé Grande, ao contrário do que se pensava essa criatura não só habita as regiões remotas do Estados Unidos e Canadá, segundo o programa  há diversos relatos de pessoas que dizem ter avistado um macaco gigante em diferentes partes do planeta. Há muitas evidências na bíblia sobre gigantes que desceram à terra e se encantaram com as filhas dos homens, especula-se que dessas relações pode ter nascido algumas espécies, as quais são tratadas na mitologia. O gigante Golias foi morto por David porque esse criatura abominável não poderia existir, pois era "usada como arma" para derrotar outros povos.

Não se pode ignorar as informações sobre a nossa origem encontradas nas 2000 placas sumérias, esses registros contam que os Anunnakis (os do céus que estão na terra)  povos do planeta Nibiru vinham ao planeta Terra para exploração de ouro e por ser um trabalho muito pesado para eles, viram um hominídeo  na África que serveria para os seus propósitos, para tanto tinha que misturar o seu DNA. (...) "concluíram que poderiam extrair o óvulo de uma fêmea primata, fertilizá-lo, in vitru, com o espermatozóide de um macho Anunnaki e implantá-lo no útero de uma fêmea Anunnaki. Após muitas tentativas e erros, estava criado o modelo perfeito do homo-sapiens. O processo foi repetido várias vezes, formando a primeira geração de híbridos humano-alienígenas, na Terra, que contudo eram estéreis". (Fonte: http://osnefilins.tripod.com)

Como o modelo do homo-sapiens tinha vida curta, outras experiências foram feitas para a criação do humano ideal. (...)  "O resultado dessas ousadas experiências foram seres antropomórficos, de aspecto exótico ou monstruoso, que ficaram conhecidos, ao longo da história, como quimeras (centauros, cíclopes, hárpias, tritões, sereias, minotauros, hidras, górgonas, sátiros, etc)". (Fonte: http://osnefilins.tripod.com/). Dai também pode ter vindo o Pé Grande que vive nas cavernas e se move pelas passagens subterrâneas do planeta criadas pelos extraterrestres. 

Esse ser já foi visto em muitas partes do planeta, há relatos de pessoas que viram um macaco com mais de dois metros de altura sair de uma nave espacial e entrar na floresta para caçar e se alimantar dos nossos animais. Diante de tudo isso, lembrei de dois episódios que aconteceram, um comigo e outro com a minha tia-avó. Eu estava na casa dos meus avós paternos no interior de Sergipe por volta dos 10 anos de idade, e uma noite eu acordei com o barulho de uma respiração forte na janela do quarto que era de madeira e havia frestas bem espaçosas na janela e por ser noite de lua cheia dava para eu ver um bicho que parecia um macaco gigante e estava sentindo o meu cheiro pelas frestas, não precisa dizer que fiquei apavorada e comecei a chorar chamando pelos meus avós que mandavam eu calar e ficar quieta. Esse ser exalava um cheiro horroroso e ficou lá por horas. No outro dia fui olhar no lado de fora e vi pegadas enormes, chamei os meus avós para mostrar, mas eles se recusaram a ir ver, na verdade o meu avô já havia checado e não me disse nada, anos depois ele disse que era "um lobisomem" e não me falara na epóca para não me apavorar mais. 

Lembro de um fato parecido com muitos relatos pelo planeta afora, um dia a minha tia-avó foi até a fazenda Leme, propriedade dos meus avós, para catar maturi (castanha verde de caju) para fazer um dos pratos típicos do nordeste a frigideira de maturi, e ela estava distraída colhendo as castanhas e sentiu um cheiro forte, ela disse que pensou que fosse uma raposa por perto e de repente ela percebeu que havia alguém atrás dela e quando se virou estava bem perto dela um "macaco gigante", ela jogou a vasilha com as castanhas no macaco e saiu correndo até chegar nas plantações de mandioca onde estavam os trabalhadores. O meu avô contou que ela desmaiou quando chegou lá, depois de voltar a si, narrou o ocorrido e os homens sairam para caçar o tal macaco e não encontraram nada, só as enormes pegadas em direção da mata e compararam o tamanho dos pés deles com as pegadas que eram três vezes maiores. Esse tipo de primata não é típico do Brasil, portanto só nos resta pensar que se trata do Pé Grande ou algum ser de outro planeta.

Isso aconteceu no meu mundo bem real, asseguro aos leitores que os episódios vivenciados por mim e a minha tia  não se trata de imaginação, realmente aconteceram, só não temos explicação para esses fatos.

Simone Anjos

Recomento aos leitores que queriam saber mais sobre os Anunnakis e suas experiências na criação da raça humana no artigo Os Nefilins.



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A Peleja com a Mula sem Cabeça



Um grupo de pessoas voltava da Santa Missão que estava acontecendo no povoado de Flexeiras e ia em direção de Aguada (vilarejos do interior de Sergipe). Noite tenebrosa aquela, a escuridão só aumentava o temor daquelas pessoas que tinham acabado de escutar o padre pregar o sermão sobre quem ia para o céu ou para o inferno e descrever, com detalhes, as atrocidades que o diabo prepara para os pecadores, os perdidos de alma. 

Uns 80 anos atrás, naquelas redondezas não havia eletricidade, tudo era breu, os caminhos eram estreitos, onde aconteciam muitas marmotas. Época de medo, de tempos difíceis...

No caminho, procuravam tagarelar sobre amenidades para disfarçar o nervosismo que pairava no ar pesado, prenúncio do sobrenatural. E no meio de uma prosa e outra, eis que eles escutam um relincho estrondoso e o galopar violento de um cavalo que parecia se aproximar rapidamente, cada vez mais, a galopada ficava mais e mais perto e nada do cavaleiro aparecer, então todos já imaginavam o que seria aquilo porque naqueles últimos dias surgiam os boatos de uma besta estranha que corria pelos pastos da região. 

O pavor tomou conta do pessoal que suava frio, apressava os passos e não saia do lugar porque a areia gorda que existia no caminho fazia os pés afundarem, demandando um esforço enorme para caminhar, imagine bater pernas. O barulho do trote do animal já os alcançava e as mulheres começaram a gritar, de repente viram no pasto ao lado, passar em disparada uma Mula sem Cabeça* que cuspia fogo pela boca e narinas que envolvia a fera e logo sumiu na escuridão. Fogo pela boca e narinas? Não sei como, se não tem cabeça, vixe maria,  mas vamos aos fatos. 

Todos estavam estupefatos com aquela aparição, alguns com a consciência pesada pelas faltas cometidas, já achavam que era o próprio cavalo do diabo que vinha atrás deles e começaram a balbuciar o Credo de maneira incoerente em razão do pavor que sentiam. Passados alguns minutos, voltam a escutar o trote, agora parecia que vinha da frente em direção a eles. Daí, começam a correr em direção oposta  perseguidos pela correria alucinada da Mula que de repente parava de correr e desaparecia, deixando-os sem saber em qual direção seguir, para novamente aparecer de outra direção a investir violentamente sobre eles que pelejaram pra lá e pra cá, a noite inteira, com Mula sem Cabeça, até os primeiros lampejos do novo dia...

E assim, naquele mundo real, aconteceu a Peleja com a Mula sem Cabeça...
  
(Texto de nossa autoria)

* Mula sem Cabeça - É a forma que toma a concubina do sacerdote. Na noite de quinta para sabado, transforma-se num forte animal, de identificação controvertida na tradição oral, e galopa, assombrando quem encontra. Lança chispas de fogo pelas narinas e pela boca. Suas patas são como calçadas com ferro. A violência do galope e a estridência do relincho são ouvidas ao longe. Às vezes soluça como uma criatura humana.  (Wikipédia) 

sábado, 12 de janeiro de 2013

O Encanto do Caipora




Na época da pré-adolescência, eu costumava passar as férias na casa dos meus avós, junto com o meu irmão, que já morava com eles, no interior de Sergipe.

Férias na casa dos avós,  eita coisa boa, era uma farra. Num sítio próximo, morava um casal de irmãos, da nossa faixa etária, Cecinha e Messias, então, juntávamos os quatro e fazíamos a festa.

Uma das coisas que gostávamos de fazer era construir uma cabana e cozinhar a nossa própria comida e para isso, íamos à mata buscar madeira para a construção da casinha e lenha para ascender o fogo. Sempre fugíamos escondido da minha avó porque ela não queria que meu irmão me levasse ao mato, pois era uma região de cobras venenosas e os perigos para quem não tem familiaridade, com a mata, são muitos.

Nessas ocasiões, fazíamos um fardo com comidinhas, frutas, água. Meu irmão e o outro garoto levavam fumo de corda e cigarros de palha, claro que “furtados” dos nossos avós ou dos pais dos vizinhos.

Certa feita, tivemos uma experiência inusitada, colocamos nossos pertences por dentro das folhas de um arbusto e entramos na mata que, para nós, alheios aos perigos, era uma maravilha com uma biodiversidade incrível, variedade de cores e frutos.

Lembro que eu e Cecinha fomos colher ingá (fruto da região) e os meninos foram cortar a madeira. Ouvíamos os cantos dos pássaros e outros sons típicos do mato, escutávamos as vozes dos meninos, logo ali, na nossa frente. Perdemos a noção do tempo, distraíamos com uma planta exótica, um sapo diferente e outras curiosidades da mata. Então, o meu irmão e seu amigo começam a nos chamar e nós respondíamos, suas vozes  vinham de um lugar perto, mas não conseguíamos nos encontrar, andávamos, andávamos e não saíamos do lugar.  Estava escurecendo e começávamos a ficar desesperados, eu já estava chorando, ouvia, também, o choro dos meninos, quando Messias disse que era o Caipora que estava nos encantando, então Cecinha teve a ideia de dizer em voz alta: “a gente tem fumo e cigarros de palha, pode levar, deixe a gente ir embora seu Caipora”.

Como num passe de mágica,  encontramos os meninos que estavam a menos de quatro metros de distância de onde estávamos e vimos o caminho da saída.

Para o nosso espanto, quando chegamos ao arbusto, no qual havíamos guardado nossos pertences, tudo estava lá: comida, cordas, água, menos os cigarros e o fumo de corda. Ouvimos o assobio agudo do Caipora que estava feliz com o presente recebido. Imagine o nosso medo, debandamos na correria até em casa. Não precisa dizer da corsa que levamos da vó, mesmo explicando que fomos encantados pelo Caipora.

Você talvez não acredite, mas assim aconteceu...



Nota: Se você ou alguém que conheça teve uma experiência parecida, envie para nós, que a publicaremos, pode criar nomes fictícios para preservar a identidade das pessoas envolvidas.

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Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço.(Carl Sagan)