Pesquisas recentes indicam que Miranda, uma das luas de Urano, pode abrigar um vasto oceano marinho, potencialmente capaz de sustentar a vida microbiana. Estudos realizados pela equipe do Laboratório de Física Aplicado da Universidade Johns Hopkins revelam que, a apenas 30 km abaixo de sua crosta gelada, Miranda pode esconder um oceano com até 100 km de profundidade. Esse oceano é mantido aquecido pela interação gravitacional entre Miranda e outras luas de Urano, em uma específica chamada de “ressonância orbital” que gera fricção e aquecimento o interior da lua.
A possível presença de água líquida em Miranda é surpreendente, pois desafia as expectativas dos cientistas sobre esses corpos distantes e pequenos do sistema solar. O cientista Caleb Strom comparou a análise da geologia de Miranda com a resolução de um "caso frio", reinterpretando imagens da Voyager 2 com novas modelagens. Essa descoberta coloca Miranda ao lado de outras “luas oceânicas” como Europa, de Júpiter, e Encélado, de Saturno, que também apresentam condições de aquecimento interno por ressonância orbital e são alvos de exploração futura em busca de sinais de vida.
Esses resultados abrem o caminho para novas missões exploratórias em Urano, um planeta que, embora treinado superficialmente pela Voyager 2 em 1986, ainda guarda mistérios fascinantes sobre seus satélites. A esperança é que futuras sondas espaciais possam investigar mais detalhadamente as condições extremas de Miranda e confirmar a existência de seu oceano oculto. Isso reforça o entendimento de que, mesmo nas fronteiras mais distantes do sistema solar, condições específicas para a vida podem estar escondidas sob camadas de gelo aparentemente inóspitas.
Para mais detalhes sobre a pesquisa de Miranda, consulte os artigos da HotHardware e Earth.com .