quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Contato imediato – Parte I



 A história que vou contar não foi minha imaginação, realmente aconteceu.  Eu estava por volta dos cinco anos de idade, não estranhe por eu guardar lembranças de idade tão tenra, eu me lembro de fatos de quando eu tinha idade inferior aos cinco, na ocasião morava com minha tia-avó Iaiá em uma chácara afastada do centro de Salvador. Época boa aquela, não havia essa violência de hoje, que as pessoas não podem mais morar em sítios afastados dos centros urbanos. Entretanto, naquela época aconteciam coisas inexplicáveis, misteriosas, e eu fui protagonista de um episódio inusitado.

Bem, eu corria aquele sítio todo com o meu cachorrinho que atendia pelo nome de Radar, companheiro de peraltices, a minha tia-avó só vivia me chamando e dando ordens para eu não me afastar de casa, mas sabe como é criança, obedece por um momento para logo esquecer as ordens.

Lembro como se fosse hoje, estava brincando com meu cachorrinho no quintal quando passou voando uma linda borboleta e saí correndo tentando pegá-la com Radar no meu encalço, tarefa impossível aquela de alcançar uma borboleta e sem perceber entrei numa área de mato mais espesso. Perdi a borboleta de vista e o pequeno Radar começou a rosnar foi quando notei a presença de uns “homenzinhos estranhos” colhendo as plantas na região, havia um olhando para mim. Não sei precisar em quantos estavam, mas eles eram um pouco mais altos do que eu e carregavam umas antenas engraçadas na cabeça; as antenas possuíam bolinhas nas pontas que giravam o tempo inteiro. Os homenzinhos vestiam macacões brancos que chegavam doer nas vistas de tão alvos. Um deles olhava e sorria para mim ou pareceu ser um sorriso, então ele me ofereceu um doce que lembrava maria-mole, só que com um sabor indescritível. Vi, logo na frente uma “bola grande” de metal brilhoso, não vi portas. Desse ponto eu não lembro o que aconteceu, só recordo de ter acordado deitada em uma espécie de maca dentro da esfera, a qual o homenzinho “mais simpático” me disse, mentalmente, que era a “casinha” deles.

Havia muitos objetos que eu não conhecia. Hoje, eu lembro que o ambiente era totalmente branco, parecia forrado com um material desconhecido (pelo menos para mim) havia muitas luzes, botões coloridos e uma televisão pequena e diferente das que eu conhecia da época, mas pela suposta televisão via-se a paisagem fora da tal casinha, então eu vi o meu cachorrinho que tremia assustado. Não tive medo, até ver uma seringa, que aos meus olhos pareceu gigante, na mão de uma mulher pequena vindo na minha direção, aí sim, eu comecei a chorar, o homenzinho segurou a minha cabeça, forçando-me a abrir a boca e a mulher apenas colocou um líquido azul ou roxo da seringa na minha boca e tampou o meu nariz para me forçar a engolir o conteúdo, este tinha um gosto ruim. Eles não conversavam verbalmente entre si, nem comigo, mas as vozes vinham na minha mente e eu entendia perfeitamente tudo, entretanto não me recordo de todo o teor da comunicação, só lembro que eles me disseram que seríamos amigos e voltariam depois. Passados alguns anos, pude finalmente compreender que a nossa comunicação dera-se por telepatia.

As impressões que eu guardo até hoje é que o local parecia um hospital por causa do cheiro, eles me examinaram e inseriram “algo” no meu ouvido esquerdo, no momento não senti dor, terminando o tal exame, um deles me deu, novamente, o doce gostoso, em seguida apertou um objeto que, nos dias atuais, posso afirmar que era um controle remoto que abriu a porta, daquela coisa, para eu sair.

Corri para pegar o meu cachorrinho que estava escondido no mato e ao olhar para trás a bola luminosa não estava mais lá. Fui correndo para casa contar a minha tia-avó sobre o encontro com os homenzinhos, mas ela estava dormindo profundamente sentada na cadeira de balanço, coisa rara porque naquela hora do dia minha tia costumava preparar o almoço. Depois de insistentemente chamar e puxar no braço de titia Iaiá, ela acordou meio zonza, creio que ela mesma se espantou por estar dormindo naquele momento. Contei o ocorrido com o repertório de palavras que  uma criança daquela idade e época dominava e não preciso dizer que a minha tia não acreditou em nada, tampouco deu importância ao fato.

À noite, eu acordei sentindo fortes dores no ouvido esquerdo, febre alta e permaneci assim nos dias seguintes, quando meu pai apareceu por lá para me levar no médico no  centro da cidade. Minha tia insistia que eu tinha comido algum fruto selvagem porque a minha língua estava roxa e eu respondia que foram os homenzinhos e a mulher que botaram “água” roxa na minha boca, ninguém dava atenção no que eu dizia.

Chegando a cidade, o médico me examinou, receitou algum remédio para dor e febre e voltei para casa, sem mais falar sobre o ocorrido. Um fato curioso é que o cachorrinho também ficou doente, se recusou a comer e dias depois, daquele estranho encontro, morreu e nunca soubemos a causa.

Um ano depois, essa história continuou... Leia Contato Imediato - Parte II
Contato Imediato - Final

Simone Anjos

Um comentário:

  1. Olá boa noite, vim agradecer pela visita em nosso blog e por seguir também, será bem vinda por lá, quando quiser deixar algum comentário ou sugestões fique a vontade sera lida com carinho, para que podemos melhorar a cada dia o nosso conteudo em nosso blog, abrigado.

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