quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Só por que aconteceu na minha mente não quer dizer que não seja real

Eu acho que tenho uma história pro mundo não real. Apesar de ser uma história real essa que mando por email e posto no meu blog. E como já comentei antes, quando vi o blog lembrei imediatamente do livro de Harry Potter. Lembrei do último livro. 

O menino bruxo está numa estação de trem toda branca e sem ninguém, numa espécie de transe, e diz ao seu Dumbledore, seu professor/diretor, que aparece pouco depois: “professor, isso é real?” e divinamente ele responde: “só por que está acontecendo na sua mente não quer dizer que não seja real, Harry”, ou algo do tipo. E guardei essa frase muito bem. Então conto duas histórias, e não uma. Uma aconteceu, outra ainda está acontecendo. No ensino médio eu comecei a escrever. Mas eu não tinha leituras anteriores. Eu não li literatura no ensino fundamental, e li pouca no médio. Só no último ano li alguns livros, justamente da ficção fantástica. E entre eles, Harry Potter. E li coisas sobre espiritismo, sobre budismo, sobre religiões orientais e cultura japonesa, me desliguei da religião por que vi que a religião em si não é necessária. A espiritualidade/religiosidade sim. 

Enfim, no último ano do ensino médio eu estava indo pra um ensaio de um monólogo que escrevi, com as pernas bem doloridas por uma parte de dança que eu tinha pensado, e pensando “nossa, vou mesmo conseguir ensaiar com as pernas doendo assim?”. E escutando música no fone de ouvido. E andando, claro. E aí, numa esquina, passou um negro por mim. Não lembro bem como se vestia, mas ele passou por mim e disse “paz”. Mais nada. E passou. E não sei pra onde foi. Achei esquisito, claro, continuei andando. E senti como se algo tivesse agarrando meu braço. E a dor foi passando. Cheguei na escola com a sensação no braço, mas sem dor nenhuma. Será que foi tudo imaginação? Os arrepios que senti em pleno meio dia debaixo de sol eram um mal estar ou qualquer coisa do tipo? Não acho. Não sei o que aconteceu, mas foi algo “não real” que foi muito real pra mim. E falando em imaginação e passando pra outra história, comecei a escrevê-la antes dos poemas, antes de ter um contato real com literatura. Fiz a base em alguns jogos, em algumas coisas que imaginei, mas será que eu só imaginei? 

A história basicamente é a de um garoto que vai pra outro mundo, e lá conhece magia, e outras coisas mais. Enfim, vive aventuras que nunca viveria no nosso mundo. Mas me peguei imaginando como eu consegui inventar tantos detalhes daquele lugar. Foi tudo fruto de uma imaginação criativa influenciada por jogos e animes, ou realmente eu visualizei um lugar que em algum canto do universo ou de outro universo realmente existe? O garoto tem uma espécie de mentor, que é uma raposa. E eu sinto algo bom ao chamar o nome da tal raposa. 

O garoto escreve um livro dentro do livro, o que é uma loucura pra mim que estou escrevendo e imagino que seja uma pior pra quem vá ler. E nossa, é tanta coisa estranha, mas que não me parece estranha que agora paro pra me perguntar: será que eu me inspirei nos jogos pra fazer o livro ou joguei os jogos pra relembrar a história do livro que estava perdida em algum lugar? Até hoje me pergunto “por que e como escrevo?” esse livro e meus poemas. Não existe, que eu conheça, tradição de leitura na minha família, está surgindo agora. Não existe também nenhum poeta/escritor até onde eu conheço meus antepassados. Só consigo uma identificação enorme com as maluquices que resolvi escrever nesse livro, e com histórias de ficção fantástica, e com esse mundo do “não real”. E de vez em quando me pergunto essas coisas. Eu realmente não faço a mínima ideia de como responder essas perguntas, e ainda não terminei meu livro que comecei a escrever naquela época, mas enquanto procuro alguma resposta vou descobrindo que o mundo não real dele é real pra mim, mesmo que esteja só na minha cabeça e naquelas letras que formam aquela história.

Dija Darkdija, autor do blog A Arte da Viajosidade

Um comentário:

  1. Dija,
    Tudo o que passa na mente configura em realidade do mundo individual. Cada ser humano é um universo, com suas próprias percepções, quer sejam reais quer sejam irreais. Quem vai saber a realidade do outro? Entre essa linha tênue... tudo ė possível.
    Gratos por compartilhar.

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